Confira esta super
entrevista com o número 3 do mundo desta nova modalidade que vem conquistando o
Brasil e o mundo.
Famoso por seu estilo de jogo bastante agressivo, o
carioca Vinícius Rodrigues Font, mais conhecido como Vini Font, de 29 anos, foi
o primeiro brasileiro a chegar ao topo do ranking mundial de beach tennis.
Font também fez parte do time brasileiro de 2013 que foi
campeão mundial em Moscou e possui no currículo mais de 33 títulos em torneios
internacionais de beach tennis. Porém, tanto sucesso veio através de muito
trabalho. Atualmente como 3º no ranking mundial, Vini está no circuito
profissional há cinco anos e treina muito duro para alcançar seu objetivo
principal que é voltar a ser número 1 do mundo.
Conheça a história deste simpático jogador que impressiona
por sua coragem nos momentos importantes das partidas e mostra como talento e
trabalho podem resultar em muito sucesso. Ele conta entre outras curiosidades
que vai enfrentar no beach tennis em novembro deste ano os irmãos Bob e Mike
Bryan, dupla mais vitoriosa da história do tênis, com 16 títulos de Grand Slams.
Vini Font/ Foto: Mariana Nardelli |
Como você começou a
jogar beach tennis?
Comecei em dezembro de 2008 com a Joana Cortez numa rede da
Barra da Tijuca. No começo jogava só de vez em quando e depois comecei a jogar
todos os dias na praia. Naquela época eu ainda dava aulas de tênis em uma
academia e jogava beach tennis nas horas vagas. Eu gostava muito de sacar e
volear no tênis, então me identifiquei com o beach tennis. Eu vi os grandes
jogadores italianos jogando e acreditei que podia jogar como eles. Então, treinei
muito e consegui chegar entre os melhores do mundo.
Então você foi
jogador de tênis?
Sim, sempre joguei tênis, joguei a minha vida inteira, nunca
fui profissional, mas até cheguei a cursar um ano em uma universidade nos Estados
Unidos por causa do tênis.
Falando ainda de
tênis, quais as vantagens de um tenista quando ele vai começar a jogar beach
tennis em relação aos outros jogadores?
Acho que os tenistas que gostam mais de ir à rede e têm bons
fundamentos de voleio, smash e saque tem maior facilidade no beach tennis, mas
a pessoa precisa treinar e se adaptar. A evolução vai depender da dedicação de
cada um.
Quanto tempo demorou
para você se tornar profissional no beach tennis?
Em três ou quatro meses eu já conseguia jogar torneios
profissionais no Brasil, agora para jogar bem e ser competitivo nos mundiais,
demorou cerca de um ano. Em novembro de 2009 ganhei minha primeira competição
importante, o torneio das nações em Aruba.
Você tem algum
parceiro fixo?
Tenho sim, é o italiano Alex Mingozzi (número 4 do mundo).
Quando por algum motivo não dá para jogar com ele, costumo jogar com o
brasileiro Ralff Abreu (17º da ITF). Outro brasileiro que também já joguei é o
Thales Santos (6º do mundo), com quem disputei o torneio ITF G2 nas Ilhas
Maurício nos dias 25 e 26 de outubro, em que saímos com o título.
Vini e Thales Santos durante torneio nas Ilhas Maurício |
Você esperava ter
todo esse sucesso no beach tennis?
Eu sempre gostei muito de praticar esportes, mas
sinceramente não esperava nada disso, tudo o que está acontecendo comigo, todos
os títulos, ter sido número 1 do mundo, conhecer vários países, são muitas
coisas boas... Eu achava que ia demorar mais tempo para estar entre os
melhores, apesar de me dedicar muito aos treinos. No geral, acho que os
italianos continuam um pouco acima de nós (brasileiros), mas em breve acredito
que podemos superá-los.
O que você acha que
falta para voltar ao topo mundial?
Acho que ainda estou um pouco atrás dos italianos, mas também
acho um pouco injusto o fato do mundial por equipes (que este ano foi na
Cervia, na Itália) contar muito mais pontos que os outros torneios. Neste
mundial os campeões ganham 250 pontos, muito mais do que um G1, em que o campeão
ganha 150 pontos. Também, lembrando que nesse esporte o ranking é baseado nos
seis melhores resultados da temporada.
Como foi jogar a
exibição em Roland Garros este ano, na França, num torneios mais importantes do
circuito de tênis?
Eu sempre sonhei em jogar em Roland Garros por causa do
tênis, então jogar lá em Paris foi fantástico, pela primeira vez na história do
torneio houve uma exibição de beach tennis. Foi uma disputa entre três países,
Brasil, Itália e França. E ainda aproveitei para assistir a alguns jogos de
tênis, foi mesmo como um sonho.
E você já tem mais
alguma outra exibição programada?
Sim, entre os dias 18 a 20 de novembro vou jogar uma
exibição ao lado do meu parceiro (Mingozzi) contra a dupla número 1 do mundo no
tênis, os irmãos Bryan (Bob e Mike, tenistas recordistas em títulos). O evento está sendo promovido pelo bilionário
britânico Richard Branson (que já cruzou o oceano atlântico em um balão) em
Necker Island, ilha caribenha. Estou muito ansioso para este confronto.
Font e Mingozzi |
Agora conta pra gente
como é a sua rotina de treinos.
Eu faço preparo físico três vezes por semana às 6h00 da
manhã durante 1h30min com Gabriel Veiga, ele me passa somente exercício
específicos e voltados ao beach tennis. Eu também faço pilates todos os dias da
semana, acho que traz todos os resultados que preciso sem ter que fazer
musculação. Treino na quadra em torno de duas horas por dia, meus treinadores
são Gian Luca Padovan, Hugo Prazeres e Wagner Fidelis.
Vamos falar um pouco do
seu jogo. Qual a sua jogada preferida?
Minha jogada preferida é o smash saltando pra frente,
consigo colocar bastante força na bola, tenho um estilo de jogo agressivo e gosto
sempre de participar ativamente do jogo.
Você costuma ir para
a Europa para treinar e evoluir o jogo?
Costumo ficar dois meses por ano jogando e treinando na
Itália. Foi lá que tudo começou no beach tennis então é muito importante estar
sempre em contato com eles para se aperfeiçoar.
E você consegue viver
somente com o que você ganha nos torneios? Ou precisa fazer atividades extras?
É muito difícil se manter só com a premiação dos torneios,
já que um campeão de G1 leva pra casa em torno de 750 dólares. Então dou aulas
todos os dias na parte da manhã no point do Ipanema 500 e quando viajo algumas
pessoas da equipe me substituem. Tenho alguns patrocinadores que me ajudam, entre
eles, a própria Ipanema 500 e a Dranix. Tenho
apoio do CircCore Pilates, Lenora San Coaching, Clínica da Coluna e da Dor do
médico André Castanhede e Ernandez Massagens.
Qual seu maior sonho
no beach tennis?
Acho que como para muitos beachtenistas, meu sonho é que se
torne um esporte olímpico e acho que tem muita chance disso acontecer. E claro
voltar a ser número 1 do mundo, ganhar o torneio de Aruba de duplas (em
novembro de 2014) e vencer o mundial de duplas na Cervia no próximo ano.
Qual conselho você
daria para quem pensa em começar a jogar beach tennis?
Acho que a pessoa precisa testar e experimentar, esse é um
esporte diferente dos outros, tem muito fair play, beach tennis é animado e
divertido. O que eu gosto mais no beach tennis é a amizade que você constrói
com os outros jogadores. Todos sempre se cumprimentam nas viradas dos games, a
gente sai e se diverte depois dos jogos, é muito legal. Aconselho a todos!
Obrigada Vini!! E boa
sorte!!
Eu que agradeço!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário