Marcus Ferreira/ Foto: Mariana Nardelli |
Confira a entrevista exclusiva com o brasileiro que joga ao lado do conterrâneo Thales Santos e que juntos formam a quinta melhor dupla do mundo.
Nesta segunda-feira, dia 29 de setembro, Marcus Vinícius Ferreira
e Thales Santos acordaram com uma ótima novidade. Depois da grande campanha nos
torneios em Santos, eles atingiram sua melhor colocação no ranking mundial de
beach tennis, com a 5ª posição na ITF (International Tennis Federation).
Jogando juntos desde 2011, a dupla acumula mais de dez
títulos em campeonatos internacionais de beach tennis. Até a semana passada,
eles ocupavam a 8ª posição no ranking mundial e o top 5 é resultado de muito
trabalho e dedicação desses talentosos atletas, que em outubro vão completar 28
anos.
Após este grande feito, leiam abaixo a entrevista que fiz
com Marcus durante os Jogos Pan-Americanos (em que foi campeão com Thales,
representando o Brasil), logo depois deles serem vice-campeões do
torneio ITF G1 de Santos.
Marcus e Thales em ação no torneio ITF G1 de Santos |
Comecei em janeiro de 2009, incentivado por Rubio Ribeiro em Santos. Ele costumava montava as redes e chamava as pessoas para jogar. Nessa época eu ainda jogava tênis, disputava alguns qualifyings de futures (torneios da ITF com premiação de 10 mil dólares) e torneios primeira classe da FPT (Federação Paulista de Tênis), então o beach tennis era mais um lazer pra mim.
Foi no primeiro torneio internacional que joguei em Florianópolis, ITF G1 em 2011, em que eu e Thales chegamos à semifinal e quase vencemos uma dupla italiana top 5.
3- E quando você começou a jogar com o Thales?
Eu conheci o Thales através do tênis, ele era um dos meus principais adversários aqui na Baixada Santista. E também ele era um dos melhores do Brasil no frescobol, mas esse esporte acabou não ganhando tanto destaque por aqui. Então, em 2011 decidimos que iríamos jogar juntos. E acabamos tendo sucesso nos torneios.
4- Como é a rotina de treinos de vocês?
Normalmente encaixamos os treinos entre as aulas que
damos aqui em Santos. Geralmente treinamos na hora do almoço, todos os dias. Fazemos
diariamente o preparo físico e temos muito cuidado com esta parte, fazemos
exercícios específicos e de prevenção de lesões.
Costumamos passar dois meses treinando e jogando na Itália. Lá é o berço do beach tennis, então é o melhor lugar para buscar novos conhecimentos sobre o jogo. Já treinamos com jogadores famosos e em grandes academias, mas na verdade ficar jogando contra os melhores do mundo já é um grande treino. Acho que no começo eu ainda tinha forte influência do tênis nos meus golpes, mas hoje em dia posso dizer que evolui bastante e meu jogo é muito mais a cara do beach tennis moderno.
Ainda não consigo me sustentar apenas jogando torneios, preciso
dar aulas para me manter no circuito. Mas, eu conto com a ajuda de alguns
patrocinadores, tais como Rei do Mate, Splan, Vision, Coltex, ASBT e Fupes, que
auxilia com fisioterapia, nutrição e preparação psicológica.
Eu não esperava todo esse sucesso, tudo o que está acontecendo
comigo, jogar em tantos países diferentes e com todos esses resultados
positivos nos torneios. Também não sabia que o beach tennis teria tanta
estrutura no Brasil. Hoje em dia muitos jogadores vêm de várias partes do mundo
para tentar ganhar dos brasileiros, já somos referência no esporte. Na verdade, o
esporte está crescendo muito no Brasil. E também muita gente está procurando
aulas aqui em Santos e em São Paulo também.
Foi a minha primeira vez no mundial, foi muito legal ter
sido convocado, ficamos em segundo lugar. É sempre um prazer representar o meu
país.
Acho que falta amadurecer um pouco. A gente precisava ter
condições para se dedicar mais, treinar com os melhores do mundo o tempo todo.
Esse ano, fomos campeões Pan-Americanos e Sul-americanos, então acho que estamos
no caminho certo.
Marcus e Thales foram campeões Pan-Americanos de 2014 |
10- Você é diretor técnico esportivo na ASBT (Associação Santista de Beach Tennis) e ainda organiza torneios junto a esta associação. Qual é o maior objetivo da ASBT?
O objetivo da associação é desenvolver a prática do novo esporte com crianças, adolescentes e pessoas de todas as idades, durante todo o ano na praia, para que todos possam praticar uma nova modalidade esportiva. A associação também mantém uma equipe de treinamento, a qual faço parte.
Eu, o Thales e o Adolfo Januário no masculino. Os juvenis são Lucas Martins e Pedro Esteves e no feminino temos a Taynara Moraes, a Ana Cecília Maciel, Vitória Maua e a Bruna Ponce. Além de disponibilizar as quadras e material para treino, a Associação tem um projeto social, em que duas vezes por semana dá aulas de beach tennis gratuitamente para crianças.
Eu dou aulas em Santos e no Círculo Militar em São Paulo,
meu telefone é (13)996474547 e meu e-mail é mvferreira10@gmail.com.
O tênis é o esporte de raquete mais técnico que existe. A
pessoa precisa passar por um processo de adaptação, precisa saber que é outro
esporte. Uma das grandes vantagens é a empunhadura que se usa no voleio do
tênis que é a mesma do beach tennis, então a pessoa já tem essa facilidade. Na
competição o tenista leva vantagem porque está acostumado com o fair play
(marcação de bolas e contagem de pontos). Acho que a diferença do piso é a
maior dificuldade para o tenista. Jogar na areia não é fácil, então é questão
de ir se adaptando ao novo esporte.
14- E qual o seu maior sonho com o beach tennis?
Na verdade, o que me deixa muito feliz é ver o crescimento do esporte e ver que as pessoas estão mudando os hábitos de vida para um estilo mais saudável por causa do beach tennis. Isso posso constatar com as minhas aulas. Meu sonho é poder levar o beach tennis para todos os lados. Eu sei que em algum momento minha carreira profissional como jogador vai acabar, então vou querer continuar no esporte dando aulas. Meu outro sonho é que o beach tennis se torne um esporte olímpico. Este é um esporte maravilhoso em que todos podem jogar. Só quem joga sabe como é. Um clima de confraternização absoluta. O beach tennis acrescentou muito na minha vida e está acrescentado também na vida de várias pessoas.
14- E qual o seu maior sonho com o beach tennis?
Na verdade, o que me deixa muito feliz é ver o crescimento do esporte e ver que as pessoas estão mudando os hábitos de vida para um estilo mais saudável por causa do beach tennis. Isso posso constatar com as minhas aulas. Meu sonho é poder levar o beach tennis para todos os lados. Eu sei que em algum momento minha carreira profissional como jogador vai acabar, então vou querer continuar no esporte dando aulas. Meu outro sonho é que o beach tennis se torne um esporte olímpico. Este é um esporte maravilhoso em que todos podem jogar. Só quem joga sabe como é. Um clima de confraternização absoluta. O beach tennis acrescentou muito na minha vida e está acrescentado também na vida de várias pessoas.
Experimente o beach tennis. Não tem como você não gostar.
É um esporte muito democrático, aceita todos os níveis e idades! Você vai
adorar!
Muito obrigada Marcus! E boa sorte nos torneios!
Eu que agradeço a oportunidade!
Marcus e Thales no torneio de Aruba/ Foto: Mariana Nardelli |